É engraçado como me sinto VELHA de vez em quando. Como as coisas hoje são tãããããooo diferentes do que costumavam ser... E algumas continuam as mesmas, mas são consideradas antiquadas.
Hoje, um amigo do trabalho que respeito muito, e, por incrível que pareça, fala mais que eu quando estamos só nós dois, colocou o ponto de vista dele sobre as influências da mídia, das redes sociais e tudo o mais, na vida de alguém. E me fez refletir um monte. E não é um velhote qualquer... é um cara novo, casado há 14 anos, apaixonado pela mulher, publicitário... cool, motoqueiro. Tipo, moderno. :)
Me fez pensar um monte sobre isso durante o dia.
Hoje em dia, as pessoas conseguem se comunicar com mais de 200 pessoas em um dia, e em um nível de profundidade impressionante. Elas se conhecem, se envolvem, se conversam... por mil maneiras. Seja Orkut, Facebook, SMS, BBM, Whatsapp, Viber, MMS, e-mail, e outros inúmeros que eu nem saberia nomear. E esse conhecimento realmente não é superficial. É profundo.
Você sabe como a pessoa está, onde está morando, as dificuldades que passou, as pessoas que sente falta, os objetivos, com quem fala, quem está pegando, quem não fala mais... e assim vai! Não é superficial. É artificial.
O fato é que, como hoje as pessoas conseguem se comunicar com muitas pessoas ao mesmo tempo, fica difícil focar em uma pessoa só. Eu, que tenho muitos amigos - que não são virtuais, afinal, eu preciso tocar, mexer... eu sou sinestésica 100% - escuto meninas e meninos diariamente lamentarem no meu ouvido a falta de encontrar alguém especial.
Mas peralááááááááá né??? Vamos voltar uns 3 posts atrás!!!!
Hoje em dia é assim... piá conhece a guria... se interessa, começa a se dedicar. No primeiro sinal de vulnerabilididade, um deles recua, e já acha um outro ali com quase características sei lá.... mais ou menos semelhantes. Ou seja, não há mais instabilidade, frio na barriga, emoção. Deu trabalho? Rodou. Rua. Próóóóximo.
As pessoas não se permitem mais. Não se permitem sentir. NÃO SE PERMITEM SE APAIXONAR!!!!
Antes essa vulnerabilidade era algo emocionante... era a espera pelo telefonema, ou a idéia de: "Será que ele(a) gosta de mim como eu gosto dele(a)?". Era a incertaza. O frio na barriga. Era a dedicação e a importância do dia a dia. Era usar uma roupa especial. Ou um perfume especial. Ou um lugar que significasse alguma coisa... que estivesse conectado com a história entre os dois.
Hoje em dia não.
A pessoa teve um problema, não "postou" no face, não dividiu? AZAR! Tem outras 30 alí, needy as hell, esperando para dividir alguma coisa. Contar um caso, te fazer rir e pronto. O encanto recomeça. (SERÁ?)
Antes o encanto tinha tempo. Tempo para evoluir, se transformar em admiração, em tempo juntos, e finalmente, naquele amor puro que as pessoas tantoooo procuram mas não fazem NA-DA para ter perto de si. Ates esse encanto era uma afinidade inexplicável que fazia você querer ficar peryo do outro - independente do sexo. Hoje em dia, primeiro sinalzinho mínimo de desilusão ou falta de compatibilidadade, liga o face e acha aquele fulano ou fulana que te quer desde os tempos de colégio e se escora alí. Mesmo que não tenha nadaaaaa a ver com você.
Tenho amigos que brincam sobre ir num jogo de futebol, entrar na torcida alheia e pedir o Face das "gatinhas" da torcida adversária! rs! Não que eu não ache o máximo! Eu acho meus amigos hilárioooos! (eu sei!!! acabo estimulado... mas eles são TOP!) E, COMIGO, eles são o máximo... mas e com as mulheres do mundo?
Hoje eu até parti para uma nova reflexão... e se a culpa não for dos homens - que viraram uns perdigueiros sem limites - e nem das mulheres - que tentaram se igualar aos homens? E se a culpa for desse excesso de opções que o mundo virtual vive jogando em todos nós? Esse monte de ilusão de posts cults, palavras fofas, e 1007 "curtir" na sua página? Que não deixa ninguém focar ou desfocar numa pessoa?
Eu - pessoalmente e, vocês sabem, Lilimente falando - discordo de tudo. Lilimente porque, eu, como Lili, sou uma romantica icorrigível. Que acredita naqueles encantos de duas pessoas que tem coisas em comum e o amor simplesmente acontece! E não é a toa que eu penso assim... todas as minhas paixões foram assim... não teve país, trabalho, família ou distância que separasse. Como alguns chamariam: "blá, blá, blá...".
Mas, eu acho SIM que a rede social tem o seu lado fútil e artificial. Mas também tem seu lado aproximador e encorajador (como o e-mail foi desde 1986...). Depende de COMO você usa, para O QUE você usa.
Mas para ESSA romântica icorrigível, a verdade é que os sentimentos estão dentro das pessoas... elas podem começar num chat da internet (como um casal de amigos que eu adoroooo), ou terminar por um post no face, ou simplesmente se abster das redes sociais, como esse meu amigo do trabalho. O sentimento é algo único... que está entre aquele coração figurativo e rosinha que a gente desenha, até cada batimento acelerado quando a gente vê a pessoa!
É psico-químico. É intenso. E é de verdade... É ua vontade de falar. é uma identificação... uma simpatia, o que seja. É inexplicável.
E você pode analisar de todas as formas.... uma vez que passar pelas 5 regras básicas, não tem pra onde correr.
Eu concordo muito com o meu colega que acha que as redes sociais "artificialializam" os contatos... que as pessoas conseguem ser mais "elas" quando estão atrás de uma tela. Eu concordo sim... que as pessoas estão alí focadas, e no primeiro deslize, olham pro lado tem 50 negos levantando a mão com uma placa: "Olha pra mim". Eu realmente concordo que é mais difícil encontrar alguém hoje que não seja um alienado(a).
Mas ainda acho - talvez por ser a romântica icorrigível supra-citada - que quando você está junto... aquele suor nas palmas das mãos, o nervoso, a insegurança, e aquele encanto são o que realmente faz a diferença.
É aquela diferença de falar: Com essa pessoa eu sou EU. E ela é ELA. Que faz a diferença. E é um "ser" que não ofende nem humilha... é um "ser" que faz ambiente ser melhor.
Amor não existe. Se constrói.